Porto Feliz – Terra das Monções

Cidade

A história de Porto Feliz remonta ao final do século XVII, quando, em 1693, nas terras de Antônio Cardoso Pimentel, formou-se um povoado às margens do Rio Anhembi (atual Tietê), em um local conhecido pelos indígenas guaianazes como “Araritaguaba”, que significa “lugar onde as araras comem areia”. Esse nome foi inspirado na presença frequente de araras que bicavam um paredão salitroso na região.

Inicialmente, a comunidade era composta por famílias que abandonaram o bandeirismo para se dedicar à agricultura de subsistência. No entanto, com a descoberta de ouro em Mato Grosso (1719) e Goiás (1725), o vilarejo ganhou importância estratégica por estar situado próximo ao primeiro trecho navegável do Rio Tietê após o Salto de Itu. Esse porto natural tornou-se ponto de partida para as expedições conhecidas como monções, que buscavam riquezas no interior do Brasil.​

As monções, realizadas entre os séculos XVII e XVIII, eram expedições fluviais que transportavam pessoas e mercadorias rumo às regiões mineradoras do oeste. Elas podiam ser oficiais, organizadas pelo governo, como a célebre monção de Rodrigo Cézar de Menezes em 1726, que partiu de Araritaguaba com 308 canoas e cerca de 3 mil pessoas, ou particulares, promovidas por comerciantes em busca de lucros nas zonas de mineração.​

O nome “Porto Feliz” surgiu da hospitalidade e alegria dos moradores ao receberem as expedições de volta. Com o tempo, o povoado evoluiu: em 1744, foi concedida licença para a construção de uma nova matriz, inaugurada em 1750 sob a invocação de Nossa Senhora Mãe dos Homens. Em 1797, a freguesia passou a se chamar “Paróquia de Nossa Senhora Mãe dos Homens de Porto Feliz”, e, em 1858, foi elevada à categoria de cidade.​

No século XIX, Porto Feliz destacou-se na produção açucareira e recebeu imigrantes belgas na Colônia Rodrigo Silva, criada para ensinar técnicas agrícolas europeias, embora os objetivos desse núcleo não tenham sido plenamente alcançados. A cidade também foi pioneira em diversos aspectos: em 1831, inaugurou a primeira loja maçônica da Província de São Paulo; em 1846, recebeu a visita do Imperador D. Pedro II; em 1906, circulou seu primeiro jornal, “O Araritaguaba”; e, em 1912, chegou a luz elétrica.

Hoje, Porto Feliz preserva com orgulho sua rica história, sendo conhecida como a “Terra das Monções”, e continua a celebrar seu legado cultural e histórico.​

REFERÊNCIAS:

https://www.portofeliz.sp.gov.br/cidade/historia

https://boaterradeportofeliz.blogspot.com/p/turismo.html

História

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