Durante décadas, muitas mulheres viveram suas dores íntimas em silêncio. Nossas avós, bisavós enfrentaram desconfortos que nunca foram ditos em voz alta: dor durante as relações, escapes de urina, sensação de peso na região íntima, vergonha do próprio corpo, inseguranças sem saber se o que ela estava passando era normal.
Elas nem sabiam que esses sintomas tinham nome, faltava informação, acesso, recurso, tratamento, escuta, espaço para fala. Mesmo quando buscavam ajuda, muitas vezes não eram ouvidas, não eram levadas a sério.
O tempo passou, mas alguns tabus ficaram e muitas mulheres ainda acham que certos desconfortos são “normais” como: fazer xixi ao espirrar, sentir dor na relação sexual e achar que é psicológico, não sentir prazer na relação, usar absorvente todos os dias, etc. Com tudo isso muitas mulheres deixam de praticar atividades físicas, evitam sair de casa ou até se afastam do parceiro pela dor ou constrangimento; afetando a autoestima, o convívio social, o relacionamento, a saúde física e emocional. Esse “achar normal” prolonga o sofrimento e atrasa o cuidado.
Mas a verdade é que não é normal viver com dor, vergonha ou limitações.
Nossas avós sofriam em silêncio, hoje nós temos escolha, temos informações, recursos, profissionais especializados e tratamentos.
A fisioterapia pélvica é uma área voltada ao cuidado da saúde íntima feminina, com acolhimento, respeito, empatia e técnicas seguras baseadas em evidências científicas.
Cada mulher que procura ajuda está, de certa forma, curando não apenas a si mesma, mas também um pedaço da história de tantas outras que não puderam fazê-la e abre caminho para as que virão depois.
Falar sobre o corpo, sentir-se à vontade com ele e cuidar da própria saúde é libertador.