Jonadir dos Santos Menegon

Biografia

A grandeza de uma vida simples, dedicada ao bem

Nascida em 1º de janeiro de 1946, na Fazenda Vila Nova, em Porto Feliz (SP), Jonadir dos Santos Menegon, carinhosamente chamada de Nadir, é um símbolo silencioso de força, humildade e generosidade. Sua história, marcada por desafios e escolhas corajosas, é um farol para as gerações que buscam inspiração na verdadeira essência do amor ao próximo.

Filha de Avelino dos Santos, o conhecido “Lilo Agueiro”, homem simples que vendeu água pelas ruas da cidade antes da chegada do tratamento público, e de Angelina Fugulin dos Santos, dedicada ao lar, Nadir cresceu em uma família grande e unida, com onze irmãos, dos quais apenas quatro estão vivos atualmente. Seus avós, imigrantes italianos e descendentes de portugueses, carregavam nas raízes o espírito de luta e a busca por uma vida melhor. Valores que marcaram sua trajetória.

A infância de Nadir foi humilde, mas cheia de dignidade. Estudou até a 4ª série no antigo Grupo Escolar da Vila Progresso, atual Pedro Fernandes, e aos 12 anos iniciou sua jornada profissional como empregada doméstica em casas tradicionais da cidade de Porto Feliz. Durante mais de uma década, dedicou-se com zelo e competência à casa da família de Benedito Aranha e, posteriormente, na casa do saudoso dentista Simão Caliu, além da casa da professora Vilma Coli. Sempre em suas horas vagas, trabalhava também em várias outras residências para complementar a renda familiar.

Mas foi em 1969, ao iniciar seu trabalho como faxineira na Santa Casa de Misericórdia de Porto Feliz, que sua vida começou a se transformar. Reconhecida por sua dedicação e responsabilidade, foi convidada pelo diretor da unidade, Dr. Moreira, a tornar-se atendente de enfermagem. A princípio, o medo falou mais alto. Medo de errar, de não estar à altura da missão. Mas Dr. Moreira, com sabedoria, disse algo que ela nunca esqueceu: “O medo é importante. Ele evita erros. O dia que você não tiver mais medo, você vai errar.” Essas palavras foram o empurrão que faltava.

Com apoio e coragem, Nadir concluiu um curso técnico trazido pelo SENAC e abraçou a nova profissão com o coração. Foram 27 anos de dedicação à enfermagem, entre partos, cirurgias, curativos e consolo às famílias. Atuou lado a lado com diversos médicos e ajudou a salvar inúmeras vidas. Mais do que técnica, ela oferecia presença, empatia e humanidade. Tornou-se conhecida e querida por onde passou.
Em 1988, conheceu Antônio Menegon, com quem se casou em 1994 e viveu um amor sereno até a perda dolorosa de seu companheiro, em 1999, vítima de câncer. Nadir, que não teve filhos, transformou o luto em força e seu sítio, o Santa Eugênia, em um lar para muitos.

Acolhedora por natureza, ela ajudou a criar mais de 20 crianças, filhos de mulheres que trabalhavam e não tinham onde deixá-los. Nunca cobrou por isso. Abriu as portas de sua casa para pessoas em situação de vulnerabilidade, ofereceu teto e comida a quem não tinha, e até hoje continua ajudando quem bate à sua porta.

Hoje, aos 79 anos, Nadir vive no mesmo sítio, cercada de pessoas que a amam: sua irmã, dois sobrinhos, e uma família amiga que ela também acolheu. Sua vida é marcada por uma frase que repete com serenidade e convicção:

“Fazer o bem, sem esperar nada em troca e sem olhar a quem.”

Para Nadir, trabalhar sempre foi uma virtude, não um fardo. Ela não tolera mentiras nem preguiça. É responsável, conselheira, caridosa e correta. Com todos os sonhos realizados, deixa à nova geração um conselho simples, mas poderoso:

“Com respeito e humildade, se chega longe.”

A biografia de Nadir é um lembrete de que não é preciso fama ou fortuna para ser grande. Ser grande é deixar marcas de amor, trabalho e dignidade por onde se passa. Nadir é uma dessas almas raras que honram suas origens e transformam o mundo, um gesto de cada vez.

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