Este é exatamente o motivo que me levou a ser coautora do livro Gigantes do RH 2: as histórias das empresas familiares, porque, liderar onde você nasceu exige mais do que competência!
Sucessão em empresas familiares não é apenas sobre passar o bastão. É sobre afetos não ditos, lugares herdados e a pressão invisível de continuar algo que você não escolheu — mas que esperam que você abrace com gratidão.
Empresas familiares são panelas de pressão emocionais, prestes a explodir!
Enquanto os relatórios falam de governança, os bastidores estão cheios de silêncios, culpas e conflitos de lealdade.
Herdeira ou gestora? Filha ou sucessora?
Muitas mulheres que acompanho vivem esse dilema. Elas são preparadas tecnicamente, estudaram, têm visão de futuro — mas ainda são vistas como “a filha de fulano”.
Elas sentam à mesa de decisão, mas não têm voz. Ou pior: quando falam, não são ouvidas.
O discurso oficial diz que são líderes. Mas, na prática, o poder ainda está nas mãos dos fundadores.
E o resultado disso é um cansaço emocional que não aparece nas planilhas.
Invisibilidade e sobrecarga: o lado B da sucessão
Recentemente, acompanhei uma herdeira de segunda geração que assumiu o RH da empresa aos 35 anos. Competente, estratégica, mas exausta.
Na fala dela, uma frase ficou marcada:
“Eu sou boa demais para o time, mas não sou suficiente para o meu pai.”
Esse tipo de dor é silenciosa — e muito comum. O medo de desagradar, a tentativa constante de provar valor, o jogo político familiar… Tudo isso desgasta a saúde mental e sabota a autoconfiança.
Ao iniciar a Mentoria Ônix de forma individual, essa líder reencontrou seu próprio lugar. Criou rituais de comunicação com os sócios, redesenhou seu papel na empresa e passou a liderar com mais coragem do que culpa.
O que ninguém diz sobre sucessão
Que o legado pode sufocar.
Que lealdade demais às origens pode te afastar da sua essência.
Que você pode amar sua família e, ainda assim, querer mudar a forma como a empresa é conduzida.
Herdeiras de empresas familiares precisam de espaço seguro para elaborar tudo isso — antes que o peso da tradição roube a potência da liderança.
A sucessão que funciona é aquela que honra o passado sem aprisionar o futuro.
Liderar onde você nasceu é uma das tarefas mais complexas da gestão. Porque não se trata só de entregar resultados, mas de lidar com memórias, dinâmicas afetivas e expectativas não ditas.
E ninguém deveria atravessar isso sozinha.
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Com respeito à sua história,
