Educar com Consciência e Presença: Quando a Infância é Ignorada a Sociedade Colhe as Consequências

Saúde

O Brasil ainda se recupera do choque causado pelo trágico caso do adolescente de 14 anos que tirou a vida dos próprios pais. Um acontecimento brutal, incompreensível à primeira vista mas que, como todo comportamento extremo, não surge do nada. Não cabe aqui julgar, mas refletir: o que leva uma criança a um ato tão devastador? E, mais importante, como podemos evitar que histórias assim se repitam? 

A verdade é que crianças não nascem sabendo lidar com frustrações, impulsos ou emoções intensas. Elas precisam ser ensinadas  e isso vai muito além de impor regras. Exige diálogo, limites claros, afeto e, acima de tudo, presença

Do nascimento até os 25 anos o cérebro humano está em formação e pleno desenvolvimento, especialmente em áreas ligadas à empatia, autocontrole e tomada de decisões. Quando essas habilidades não são cultivadas, seja por negligência, falta de orientação ou ausência de vínculos seguros, aumentam os riscos de comportamentos violentos ou autodestrutivos. 

Crianças não sabem nomear o que sentem. Raiva, tristeza ou medo podem se transformar em explosões ou isolamento se não houver um adulto para ajudá-las a decifrar esses sentimentos. Pais e responsáveis não são apenas cuidadores; são os primeiros educadores emocionais.

Sinais de Alerta: O que Nunca Ignorar

– Mudanças bruscas de comportamento (agressividade, apatia, isolamento). 

– Uso excessivo de telas (celular, computador, jogos eletrônicos) como refúgio emocional. 

– Dificuldade em lidar com frustrações (birras intensas, descontrole). 

Nenhum desses comportamentos surge “do nada”. Eles são gritos silenciosos de que algo não vai bem. 

Família e Escola: Uma Parceria que Salva

Não podemos exigir que a escola resolva sozinha problemas que se originam em casa  nem que os pais enfrentem tudo sem apoio. O diálogo entre família e educadores é a base da prevenção. Escolas devem ser espaços de acolhimento, capazes de identificar dificuldades de aprendizagem ou sinais de sofrimento emocional. Já os pais precisam entender: buscar ajuda profissional não é fracasso, mas responsabilidade. 

Dicas Práticas para Educar com Conexão:

– Nomeie as emoções: “Parece que você está triste. Vamos respirar juntos?”

– Limites com afeto: Um “não” explicado é mais eficaz que um grito.  

– Observe sem minimizar: Isolamento ou irritação persistentes pedem atenção, não justificativas como “é fase”. 

Em suma, educar é um ato coletivo. Casos extremos como o citado são raros, mas escancaram uma realidade: negligência emocional tem consequências devastadoras. Prevenir exige: 

– Pais presentes, que vejam além das notas escolares. 

– Escolas atentas, com programas de desenvolvimento socioemocional. 

– Políticas públicas que tratem a saúde mental infantil como prioridade. 

E você, já parou para observar como está a comunicação com seu filho? Compartilhe suas reflexões ou sugestões de temas nos comentários. 

Comentários sobre “Educar com Consciência e Presença: Quando a Infância é Ignorada a Sociedade Colhe as Consequências

  1. Parabéns Elke ! Excelente texto num momento em que devemos cuidar dos nossos filhos pré adolescentes , adolescentes e adultos jovens com tanta atenção quanto cuidamos deles bebês ! E a parceria escola e familia fazendo toda diferença ! Perfeito !

  2. Priscila muito obrigada pelo seu comentário, fico feliz que tenha gostado e concordo plenamente com o que mencionou.
    É preciso olhar com maior seriedade para nossos jovens se quisermos melhores resultados enquanto sociedade.

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