Antes de fazer conta, vamos falar de cabeça
Se eu te perguntar quanto você ganha e quanto você gasta, você saberia responder? Talvez sim. Mas e se eu perguntar por que você gasta do jeito que gasta?
Aí complica, né?
Quando a gente fala de organização financeira, o impulso é pegar papel, caneta ou planilha e sair anotando tudo. Mas eu aprendi – com a experiência e com muitos estudos – que antes de fazer conta, a gente precisa olhar pra cabeça.
A forma como lidamos com dinheiro não é neutra. Ela tem raiz: na infância, nas crenças que ouvimos, nos exemplos que tivemos (ou não tivemos), nas faltas e nos excessos. Tem gente que cresceu ouvindo que dinheiro é sujo. Outros, que dinheiro é tudo. E isso tudo vai moldando como tomamos decisões hoje – no automático.
Por isso, o primeiro passo de qualquer recomeço financeiro é um só: autoconhecimento.
Parece papo de terapeuta (e às vezes é um pouco mesmo), mas funciona. É sobre se perguntar:
O que o dinheiro representa pra mim?
Tenho medo de olhar minha conta?
Eu gasto para me sentir melhor?
Qual é meu padrão de comportamento quando recebo? E quando fico apertado?
Essas perguntas ajudam a perceber onde está o nó. E só com essa consciência é que a gente consegue, de fato, começar a se organizar. Porque não adianta montar o melhor planejamento do mundo se, no fundo, você ainda acha que “não nasceu pra lidar com dinheiro”.
Spoiler: você nasceu sim.
A boa notícia é que educação financeira é libertadora. E, diferente do que dizem por aí, ela não é só para quem ganha muito. Ela é, na verdade, para quem quer fazer melhor com o que tem hoje.
Na próxima coluna, a gente pode começar a parte prática: como montar seu planejamento, como organizar os gastos fixos e variáveis, o que é essencial, o que é excesso, como separar o dinheiro por “caixinhas”.
Mas antes disso, fica meu convite para essa semana: observe seus hábitos. Seus impulsos. Seus medos. Suas crenças. E lembre-se: dinheiro também é emocional.
Até a próxima,


