O que separa quem busca sentido no trabalho de quem de fato muda de vida profissional?
O propósito.
Esta palavra é muito falada e muito ouvida nos nossos tempos, mas como se aplica de verdade no que tange à carreira, é o tema deste texto que você tem em mãos.
Nos atendimentos de carreira, a frase que mais escuto é:
“Quero encontrar algo com mais propósito.”
Mas a pergunta que devolvo costuma silenciar o entusiasmo:
“Você está disposto(a) a bancar as escolhas e mudanças que isso exige?”
Porque desejar propósito é fácil. Difícil é tomar decisões consistentes para construí-lo.
O abismo entre querer e agir
Muita gente espera que o propósito caia no colo como um insight milagroso — ou que ele esteja escondido em algum teste de perfil ou mapa astral.
Mas a verdade é que propósito é construção, não descoberta.
Ele não aparece antes da ação, mas sim durante. Surge quando temos coragem de sair do automático e começamos a viver com mais intenção, mesmo sem garantias.
Transições reais exigem mais que vontade.
Em 2022, atendi uma executiva que queria deixar o mercado corporativo após 18 anos. Ela dizia: “Eu não aguento mais. Preciso fazer algo que tenha a ver comigo.”
Começamos pelo que muitos ignoram: responsabilidade pela própria história. Ela revisitou suas escolhas, mapeou competências, reconectou-se com habilidades esquecidas. E só então conseguiu enxergar novas possibilidades com clareza.
Hoje, ela coordena projetos sociais de empregabilidade feminina — algo que parecia distante, mas que nasceu de uma trajetória coerente com quem ela já era. E de muito preparo, inclusive financeiro, para sustentar a nova carreira.
Coragem e consistência é a base de toda reinvenção profissional.
Toda transição de carreira exige atravessar 3 fases:
- Desconstrução – admitir que o que te trouxe até aqui não serve mais.
- Incubação – mergulhar em si mesma, explorar, testar, duvidar.
- Construção – assumir novas escolhas, com disciplina e clareza de valores.
Quem pula etapas tende a cair em promessas vazias ou decisões precipitadas, por outro lado, quem encara o processo, encontra mais que um novo trabalho. Encontra pertencimento (aliás, pertencer é uma necessidade básica do ser humano).
Essa resposta não está fora de você. Ela está nos seus hábitos, nas suas decisões diárias, no que você sustenta mesmo quando ninguém está vendo.
E o que te faria ter um trabalho ou uma carreira diferente? Comece pensando nisso!
Se essa leitura te tocou, compartilhe com alguém que também está repensando a própria carreira.
Com carinho,


